Foto: Francisco Ferreira
Querelas
Se, autômato, vago
feito zumbi nas praças,
é o amor (e seus efeitos)
que tirou de mim a luz dos olhos
e as vendas de coração tardio.
Impróprio já ao ato de amar.
Se, adoecido, recolho-me
sob os cobertores
em dias de calor e sol
é do amor (e suas querelas)
que me envenenou os poços
e me derrancou tonéis de aguardente
tornando-os vinagre.
Impróprios já ao ato de embebedar.
Se, estático, recuso-me
a trocar passos, empacado
em teimosa imobilidade
é do amor (e suas mazelas)
que me agrilhoou as pernas
e desautorizou-me os pés de prosseguir.
Impróprios que estão à feitura do gol,
do Passo Double
do chutar ao pau da barraca.
Classificado para a antologia SELETOS VERSOS da DARDA EDITORA – poema: QUERELAS em 30/01/20.
Lindo poema, parabéns poeta
ResponderExcluirAmei! Parabéns
ResponderExcluirBelíssimo poema. Seguimos vagando, nos recolhendo,e nos recusando entender porque não nos permitimos a liberdade de amar. O amor e seus estigmas. Abraços querido poeta ❤️🌹
ResponderExcluirVocê é um grande escritor/poeta! Salve!
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