Da Capanga da
Velha Mandraqueira
Dos
povos que nos formaram herdamos um amplo sincretismo religioso, cada um com
suas práticas, tradições e pajés de várias denominações. Nossa cultura
religiosa é repleta de benzedeiras, rezadeiras, curandeiros que tratavam de
males físicos e espirituais com ervas, beberagens, rezas brabas, mandingas e simpatias para afastarem os quebrantos,
empregando rezas, ervas, patuás e afins.
Com o
desenvolvimento, popularização e acesso
à medicina institucional, melhoria na escolaridade e o êxodo
rural, vem se extinguindo o interesse das novas gerações pelas práticas de
nossos avós. Vão-se os nossos xamãs e com eles sua cultura milenar de
cura. No interior ainda restam alguns abnegados mas sem a preocupação de
registrar e imortalizar seus conhecimentos e práticas. Há também a crença de
que, em se iniciando um novo benzedor, a rezadeira perde seu dom e poder.
Consequentemente perdem-se as tradições sem novos Iniciados.
Há uma história de família que diz que a
minha tetravó materna era mandraqueira,
não se separando de sua capanga, onde
mantinha resguardados seus patuás, teréns, feitiços e conhecimentos.
Diz-se ainda que na véspera da sua morte, confiou-os (capanga e mandingas) ao
meu avô materno que não os repassou a ninguém, levando-os para a
eternidade. O título desta crôniqueta é em homenagem à minha parenta a quem gostaria
imensamente de conhecer e ser aprendiz, mas que as diferenças de gerações não
mo permitiu.
− Bença,
vó!
Crônica DA CAPANGA DA VELHA MANDRAQUEIRA publicada na minha coluna PÍLULAS DE CULTURA do jornal FALA CMD - ano X - edição 33 - agosto/2017 -pag. 02 -Conceição do Mato Dentro (MG) - agosto/2017.
Já fui e levava meus filhos tbém.....gosto ate hoje delas....vc falou muto bem, hoje em dia os jovens nem sabem o que é isso..e nem querem saber....parabéns muito legal.👍👍👍👏👏👏
ResponderExcluirMaravilhoso
ResponderExcluirParabéns poeta.
ResponderExcluirGrande verdade levei muito minhas filhas para benzer infelizmente esta tradição está se perdendo parabéns poeta
ResponderExcluirMinha vó materna foi uma benzedeira, muitas saudades, me ajudou e cuidou dos bisnetos, agora a benzedeira da família é ex sogra, parabéns.
ResponderExcluirVerdade,sou desse tempo.sinto saudades das minhas rezadeiras.A minha filha levei muitas vezez.Cultura abençoada!
ResponderExcluirLi e gostei de uma definição sobre benzedeiras: "... mãos que curam, palavras que salvam , isso é benzer." É uma pratica maravilhosa. É o mesmo que abençoar. Abraços.
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