Foto: Francisco Ferreira
Matalotagem
Foi o que trouxe do mato
quando vim me cidadanizar:
um quicé cego, do cabo quebrado
e três juras de morte mal matadas;
uma broxa de sapé, saco de tabatinga rosa
e três paredes por repintar.
Meio litro de água benta
três assombrações exorcizadas;
um naco de picumã
nas três feridas saradas.
Um alqueire de mandioca puba
quarta e meia de farinha torrada;
meia dúzia de ovos goros
de três galinhas ninhadas.
Um quinau de azeite bento
das três perebas curadas;
uma binga Vospic sem fluido
e três bitucas apagadas.
O coração, pelo meio, e a alma
de saudades encharcada.
Poema MATALOTAGEM publicado na revista OCEANOS - I - pag. 11 - COLETÂNEA POÉTICA DA SOCIEDADE MUNDIAL DE POETAS - Organização: ALEXANDRE JAZARA - Jasa Produções Editora - São Paulo(SP) - 2016
Saudade, que paira sobre uma época vivida. Retalhos da vida. Quanto costurados, contam nossa história. Não canso de admirar seus poemas. Abraços, poeta.
ResponderExcluirO telhado da casa da minha vó, muitas saudades do passado que foi muito bom, lindo poema poeta.👏👏👏
ResponderExcluirQue saudades dos velhos tempos parabéns poeta !
ResponderExcluirLindo poema...sou apaixonada por seus escritos.Parabéns poeta.
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirUm pedacinho de nós
No palavrear poético
Um gritar, nossa voz,
Um sub-viver eclético!
Lucy Almeida AL