Foto: Francisco Ferreira
Herança
Dentre os homens todos sou o
derradeiro
a recolher a inútil poesia
a deixar a terra da fantasia
intacta e livre para o meu herdeiro.
Filho que não fiz... mas tão verdadeiro ,
posto que n’alma sempre lhe trazia
e nos poemas todos que fazia,
já o divisava neles por inteiro.
Este filho meu, tão inconcebido,
que na mente o tinha desde criança
dum ancestral desejo recolhido.
Este filho meu, a quem a esperança,
a paz e o bem que nela vão contidos
é o que desejo lhe deixar de herança.
***
Panaceia
Cuidar que se mantenha acesa a chama,
fazer brotar, da bruta pedra, a flor
e em se iludindo, se esquivar da dor,
é este o desafio inglório de quem
ama.
O coração, de amor, tanto se inflama,
que nos cremos cativos deste horror,
e
nesta confusão se chega a supor
ter presa, a vida, nas mãos de quem
se ama.
Mas o amor (veneno) se faz alento
balsâmico lenitivo e tônico
suavizante para todo o tormento.
E não existe mal agudo ou crônico
de que o amor atuando como ungüento
não suavize num espírito agônico.
Sonetos HERANÇA e PANACEIA publicados na ANTOLOGIA POESIA E PROSA - II CONCURSO LITERÁRIO "JUSTIÇA E IGUALDADE SOCIAL" - pags. 52 a 55 - organização: MARISE ANDREATTA - Editora Sucesso - São Paulo (SP) - 2015
Classificados no II CONCURSO LITERÁRIO "JUSTIÇA E IGUALDADE SOCIAL" - Dourados (MS)
Maravilhoso parabéns poeta
ResponderExcluirLegal....muito belo gostei...👏👏👏👍
ResponderExcluirParabéns poeta,lindos poemas...
ResponderExcluirOs poemas me tocaram muito, verdadeiros,sensíveis, lindos. Parabéns poeta, continue assim.
ResponderExcluirMuito lindo, a herança que um pai pode deixar para um filho,a esperança, o bem e a paz. Só amor para curar qualquer agonia.
ResponderExcluirMuito lindo e verdadeiro.Deus te ilumine sempre.poeta.
ResponderExcluirOs melhores bens, que um pai pode deixar aos filhos são imateriais.
ResponderExcluirO amor, assim como a Deusa Panaceia, nos remetem a cura de muitos males.
Mais uma vez encantada. Abraços de luz, poeta.