sábado, 9 de novembro de 2019

Poemas Publicados - 067/2019




Foto: Francisco Ferreira

Terra Virtual

Quando a Tapera escorreu das frestas de meu bornal
e nada mais restou na última curva,
bananeiras tolas acenaram-me
e, sem saudades, vim-me embora.

Não foram adeuses
que as laranjeiras daquela época e quintais
não sabiam sentimentos.
Cumpriam apenas seus papéis
em oferendas sabotadas por sanhaços,
muito mais sabidos do que as laranjas.

Hoje, que minha atiradeira não reconhece torcais
e os mamoeiros aprenderam o sabor de amar(elar),
é tédio agora. Meu picuá já tão cheio!

A terra mater despenca
de cachoeiras e paredes virtuais em close,
sobre meu peito seco
e um banzo de gemidos de porteiras

chama-me: volta, volta, volta...

Poema TERRA VIRTUAL publicado na antologia DE VERSO EM VERSO - Poemas - Edição Especial 2015 - pag. 23 -  Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - fevereiro/2015.

7 comentários:

Certificados Recebidos 2020 - 087/2020

Certificado recebido pela participação no RETO: SOLO CUATRO LÍNEAS (Desafio: Só Quatro Versos) do grupo POETAS UNIDOS DEL MUNDO do F...