Foto: Francisco Ferreira
Trama
No princípio era o nó
e o nó fez se laço
crisálida
gênese, avançar de vida...
um laço mais, outro e outro
laços, correntes.
A malha a correr em fio
entre os dedos
como líquida poesia.
Elos fluindo
na sutileza da trama
singulares desenhos se vão formando
livres pássaros no alvorecer da alma.
Uma rosa, outra e outra... rosas.
cristalizando-se o sonho de jardim
no algodão da vida.
Pelas mãos da criação,
o dedo do Criador
faz mover o tear,
manejo de agulhas.
À roca de fuso
a aranha do tempo urde, trama,
constrói sua teia, elos entrelaçados,
lã do destino.
A malha avançando
no compasso da ampulheta
marca os segundos da noite dos
tempos.
O novelo em seu desenrolar-se
vida que avança no linho, no limbo,
no lodo
rumo ao infinito.
− Finita vida breve. Efêmera. −
Vão se fechando lentamente os pontos
traçados vida e destino, palma da
mão.
Correntes, elos, laços...
O nó final interrompe a trama
linha e novelo
no cesto de tricô do Criador.
No princípio era o nó,
tornou-se via, fez se vida.
E, se foste nó,
ao nó te hás de tornar!!!
Poema TRAMA publicado na ARTEZ - Antologia Literária e Artística (Vol. IV) - Organizada por Marcelino Rodrigues de Pontes - Meireles Editora - São Paulo - Fevereiro/2004
Primeiro Lugar III Prêmio Artez de Poesia - fevereiro/2004
Belo muito belo👏👏👏👏
ResponderExcluirMuito bom...amei..👏👏👏
ResponderExcluirÉ um nó que jamais irá desatar. Nó,com vidas tecidas na trama. E assim, o que chamamos de destino nos prende eternamente aos nós. Mais um poema, belíssimo. Abraços.
ResponderExcluirLindo poema.
ResponderExcluirQue lindo! Amei!
ResponderExcluirLindo poema, parabéns.
ResponderExcluirÉ a realidade da nossa vida.Somos presos pelos nós do destino.
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