Foto: Francisco Ferreira
Desalento
No teu leito de esgoto
fluxo fétido e constante, é raro alterar-se
em tuas margens, fluxos outros
correm céleres, desaceleram... até parar.
Buzinas marginais
rascam imundícies íntimas
acordando fantasmas de peixes
assustando ratos.
Desce lento, Rio Morto
rio esgoto e sem portos
trilha sertão-via-mar.
Em afluentes te purificas
oxigenando-te o vagar.
Vargens, pontes, vagalumes
até as vagas do mar.
Vai-te embora Doce, Manso
Velho Chico, Paraopeba...
Vai-te embora te lavar.
Poema DESALENTO publicado na ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS - volume 139 - pag. 49 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - Rio de Janeiro(RJ) - agosto/2016.
As vezes, não sabemos o que dizer. Sentimos que há muito para falar, mas as palavras se tornam vazias por não qualificarem exatamente o que estamos sentindo. Obrigada,por compartilhar seus sentimentos e as dores do Velho Chico. Abraços, poeta.
ResponderExcluirBelo poema.
ResponderExcluirDesalento, é a mais pura realidade, parabéns poeta, já tens a minha admiração.🤗
ResponderExcluirMaravilhosooo poema,vc é um poeta admirável!!!
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