domingo, 13 de outubro de 2019

Poemas Pubicados - 0018/2019


Foto: Deuseli Fernandes (ES)

Armistício

Minha atiradeira em repouso.
Funda calada, assim estou
De espada embainhada na pedra.

Sem pecados, na infância,
Estilhacei a primeira vidraça
Coquei em pomares alheios
Aturdido Golias diversos.

Mas em tempos de monções e mocidade
Brandi Excalibur por malogradas cruzadas
Fiz guerra ao mundo
E, por um triz, não me atirei
Nos abismos psíquivos, às substâncias.

Hoje cansado de brigar
Batalhas improváveis, deponho minh’alma
Em tributo à gloria de homúnculos
Guerreiros comuns do cotidiano combate
Contra a vida.


***

Queda

Calcar na rocha a rubrica da dor
tatuar no sangue espesso
cristalizar signos
da cruz de todo o dia.

Pictografar a pele
na tortura do voo revés
desguarnecido das asas
com que sonhei-me anjo
ou pássaro…

Tanto mais a vida me reflui
mais me infinito em paradoxos.
Assimilo-me às pedras e perdas
faço-me montanhas. Túmulos…

No desamparo da queda
apeado de asas
em múltiplas âncoras
álibis ou habeas-corpus tão inúteis.

O voo se desata no chão.




Poemas ARMISTÍCIO  e QUEDA  publicados na revista LIVRE PENSAMENTO - vol. 02 -2015 - Coletânea Poética da SOCIEDADE MUNDIAL DOS POETAS  e CAFÉ COM POESIA - pags. 11 e 12 -  Organização:ALEXANDRE JAZARA -  JAZA EDITORA PRODUÇÕES - São Paulo (SP) - 2015.

8 comentários:

  1. Seus poemas são lindos... parabéns

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  2. Deveríamos nos permitir fazer as próprias vontades,(sem culpas) para sermos felizes Retroceder, libertar-se das amarras e começar tudo de novo. Abraços, poeta.

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    Respostas
    1. Esse é o sentido da vida que infelizmente perdemos quando nos atrelamos à hipocrisia da moral(?) judaico-cristã. Abraços, Vera e obrigado.

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