sábado, 26 de outubro de 2019

Poemas Publicados - 044/2019


Foto: Francisco Ferreira©

Equus

Do ventre aberto do cavalo morto
brotam como cogumelos os urubus
em todos os tons de preto e luto fechado.

Espantalho com farda de falcoeiro
acolhe em ramas negras os abutres
quando o vira-latas Faísca os espaventa
pelo espólio da carne morta
do cavalo também morto.

Sob as costelas mortas do cavalo morto
crescem escaravelhos e larvas
e raízes adubadas de capim
no chorume vivo do cavalo morto.

Éguas virgens e potras viúvas
relincham cios inúteis e seus ventres ocos
de potros inconcebidos, abortos do cavalo morto.

Poema EQUUS publicado na revista CABEÇA ATIVA - 36 - Ano VIII - fev./mar./abr. - 2017 - EQUINOS - pag. 11 -  Editores CLÁUDIA BRINO e VIEIRA VIVO - Costelas Felinas Editora - São Vicente (SP) - 2017

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