Foto: Francisco Ferreira
Ceifador
O espantalho do outro lado do espelho
enlaça-me em abraços de feno
e bailamos sobre cabeças de gelo
na Stalingrado arrasada.
Meu cérebro de capim
capta em antenas de vespas
vestais de Atenas
em pensamentos de flor e mel.
Minhas más intenções balouçam
como folhas no vale das pirâmides
a conceber cartadas de amor.
Num horizonte de pedra e pólen
o orvalho matinal prenuncia
dias de sol, doiradas farturas.
Saldaremos as dívidas mútuas
no sal de Ló, à entrada de Gomorra,
para que limpos adentremos o submundo
num ajuste final com Hades
que nos permita vermos no olho
das tecelãs do Olimpo.
E não nos faltem amor em grãos
espigas de paz, na farta seara de bênçãos
das estações que se avizinham.
Antes que as valquírias nos colham,
aos pedaços, do interior de Cronos.
Publicado na revista Oceanos - vol.09 -pag. 13 - da SOCIEDADE MUNDIAL DOS POETAS - organização: ALEXANDRE JAZARA - Jasa Editora Produções - São Paulo (SP) -junho/2017.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa tarde feliz,Vera Buosi. Não sei porque removeu, mas só o fato de ter lido e visitado já me deixa grato e feliz! Abraços.
ResponderExcluirDesculpe-me ter removido o comentário. Tive problema.
ExcluirEstá bem,não precisa se desculpar.Obrigado por seguir-me.
ExcluirAdorei
ResponderExcluirBoa noite. Obrigado pela leitura e comentário.Volte sempre.
ExcluirAs vezes tento entender um poema. Mas senti-lo é muito prazeroso. "...Num horizonte de pedras e pólen...," podemos sentir a aspereza e a suavidade da vida. Amei o poema.
ResponderExcluirSempre gostei de estabelecer este contraste entre a leveza e o peso em meus poemas. É muito gratificante quando o nosso leitor destaca justamente o aspecto que mais prezamos. Obrigado.
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