Foto: Francisco Ferreira©
Dilema
Como
escrever poesia
ante
as obrigações do dia-a-dia,
que
nos vergastam com seus açoites
e
se há também as obrigações das noites?
Como
escrever poesia
se
há que se ganhar o pão de cada dia,
com
o essencial suor de cada rosto
e
se há os gases, as dores e o desgosto?
Como
escrever poesia
se
se tem o trabalho que abençoa o dia,
os
desejos de hoje, sempre e de outrora
e
a dinâmica do passar das horas?
Como
escrever poesia
se
o cantar do galo anuncia o dia,
o
despertador intermitente no horário
e
a eterna defasagem do salário?
Como
escrever poesia
se,
a cada dia, é menos um dia,
se
me aperta o sapato que calço
e
a morte a espreita, no encalço?
Como
escrever poesia
havendo
a nostalgia do transcorrer dos dias,
mas
se, somente ela me alivia,
como não escrever
poesia?
Poema DILEMA publicado no jornal FALA CALIFÓRNIA - Ano XVI -número 115 - julho/agosto/setembro - 2011 - pag.07 - col.02 - Belo Horizonte (MG) - 2011.
Segundo Lugar - categoria adulto no I CONCURSO CARLOS FELIPE DE POESIA - Belo Horizonte (MG) - 2011
Que legal 👋👋👋👍 ....poesia me alivia a cada dia.....
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
ExcluirQuem nasceu com o dom de ser poeta, não há nada que dificulte o seu pensar.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
ExcluirBelo poema, real. Assim me sinto. Lutas e lutas. Angústias todas. Cadê Cirineu para me oferecer a carregar a minha cruz na Via Crucis onde sobre ombros frágeis carrego dores, aflições e meus pecados, humana que sou. Abraços
ResponderExcluirOi, Amélia Luz, acho que é a vida nossa de cada dia, né? Obrigado.
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