Foto: Francisco Ferreira©
Cotidiano
Um político passa em carro alegórico
a súcia aplaude. Uns poucos impetuosos
vaiam. Coisas da oposição!
O centroavante perde o gol e o grito
transformado em murmúrio, morre.
Alguns praguejam à vontade, de boca-suja.
São tempos de seca, vacas magras devoram
a ilusão gorda e rica.
Faráo decreta o racionamento, alegria fragmentada,
em torrões é servida em migalhas.
Um burro rola na relva espaventando fantasmas
de arreios e chibatas e esporas...
O automóvel para na esquina e a menina indecisa
tropeça no passeio. A malta gargalha
e ri com toda a boca e dentes...
Pairam os arranha-céus sobre calçadas e marquises
espionando pedestres minúsculos que olvidam o céu
nem para previsão do tempo.
A cidade se excita nervosa, geme em cada esquina
e praças. Estala, dilata, contrai. Será que
arrebenta?
O besouro, embalde tenta desvirginar vidraças,
as flores se perdem no asfalto, e mortas se
despetalam...
É a vida que flui!
Poema COTIDIANO publicado na antologia MEUS POEMAS - vol. III - Autores Diversos -pag. 26 - organização: MARIA JEREMIAS DOS SANTOS - Grupo Editorial Beco dos Poetas e Escritores - São Paulo (SP) - 2017
Lindo amei
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
Excluir"As massas se apegam muito mais aos indivíduos do que aos princípios, e são movidas pelas emoções muito mais do que pelos argumentos." (Não é inútil tentar.)
ResponderExcluirOlá, Vera. Foi perfeita no seu comentário. Abraços.
Excluir"As massas se apegam muito mais aos indivíduos do que aos princípios, e são movidas pelas emoções muito mais do que pelos argumentos." (Não é inútil tentar.)
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
ExcluirÉ desse jeito, é a vida, parabéns poeta, abraços, boa noite.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre,Edilena.
ExcluirLindo poema... parabéns poeta.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
ExcluirLindo!
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
ExcluirLindo!
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
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