Foto: Francisco Ferreira
Décimas
de Cordel
I
Acordo
ainda com medo
De
arrepiados cabelos,
Cativo
de pesadelos,
Mas
mantenho-os em segredo.
Na
estrada me ponho cedo,
Pés
ligeiros, vou calado
Em
meu viver desgarrado.
E
para obter livramento
Pus no mar do
esquecimento
As coisas do meu passado.
II
Tinha
nos tempos de antanho
Liberdade
vigiada,
Toda
imprensa amordaçada
E
pensamento tacanho;
Foi
dum sofrer sem tamanho.
Ver
povo manietado,
De
coração embargado
Com
choro, dor e lamento,
Pus no mar do
esquecimento
As coisas do meu passado.
III
Sempre
ouvi que o sertanejo
É
antes de tudo um forte,
Não
teme a lida ou a sorte.
De
espírito benfazejo,
Tem,
no bem, o seu ensejo,
Guerreiro
no proceder,
Não
discrimina outro ser
E
leva assim seu destino.
Não conheço um nordestino
Que se envergonhe de ser.
IV
Paulista
há de se orgulhar
De
seu estado campeão,
Sendo
o motor da Nação.
O
gaúcho se gabar
Do
seu povo a "pelear".
E
o "mineirim" que dizer?
É
um povo "bão" de se ver.
Mas
digo, afirmo e assino:
Não conheço um nordestino
Que se envergonha de ser.
Francisco
Ferreira – glosando motes de Silvano Lyra.
Poemas DÉCIMAS DE CORDEL publicados em minha coluna no blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - Rio de Janeiro (RJ) em 17/10/19.
Poemas DÉCIMAS DE CORDEL publicados em minha coluna no blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - Rio de Janeiro (RJ) em 17/10/19.
Maravilhoso boa noite
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirPosta outros. Muitos. É adorável ler.
ResponderExcluirImaginei o paulista,o gaúcho,... e o mineirim, bão demais para escrever/ler. Ótimos! Boa noite. Abraços
Obrigado. Talvez não nessa mesma temática, mas certamente postarei outros tantos, abraços.
ExcluirQue lindo
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirLindo!
ResponderExcluirObrigado.
ResponderExcluirPus no mar do esquecimento, as coisas do meu passado, perfeito, sucesso para vc poeta.🤗
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