sábado, 19 de outubro de 2019

Poemas Publicados do Mês - 001/2019



Foto: Francisco Ferreira

Décimas de Cordel

I
Acordo ainda com medo
De arrepiados cabelos,
Cativo de pesadelos,
Mas mantenho-os em segredo.
Na estrada me ponho cedo,
Pés ligeiros, vou calado
Em meu viver desgarrado.
E para obter livramento
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado.

II
Tinha nos tempos de antanho
Liberdade vigiada,
Toda imprensa amordaçada
E pensamento tacanho;
Foi dum sofrer sem tamanho.
Ver povo manietado,
De coração embargado
Com choro, dor e lamento,
Pus no mar do esquecimento
As coisas do meu passado.

III
Sempre ouvi que o sertanejo
É antes de tudo um forte,
Não teme a lida ou a sorte.
De espírito benfazejo,
Tem, no bem, o seu ensejo,
Guerreiro no proceder,
Não discrimina outro ser
E leva assim seu destino.
Não conheço um nordestino
Que se envergonhe de ser.

IV
Paulista há de se orgulhar
De seu estado campeão,
Sendo o motor da Nação.
O gaúcho se gabar
Do seu povo a "pelear".
E o "mineirim" que dizer?
É um povo "bão" de se ver.
Mas digo, afirmo e assino:
Não conheço um nordestino
Que se envergonha de ser.

Francisco Ferreira – glosando motes de Silvano Lyra.

Poemas DÉCIMAS DE CORDEL publicados em minha coluna no blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - Rio de Janeiro (RJ) em 17/10/19.



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